Conheça fatores que aumentam as chances de infarto nas mulheres

Pesquisa indica que o coração da mulher anda maltratado e as razões são inúmeras: pressão no trabalho, acúmulo de responsabilidades e má alimentação estão entre elas.

O nosso coração anda maltratado e as razões são inúmeras: as mulheres enfrentam pressão no trabalho, acumulam responsabilidades com a família e a casa. Acabam engolindo alimentos gordurosos às pressas, estão cansadas e não encontram tempo para a vida afetiva e sexual. A bebida ou o cigarro – muitas vezes ambos – entram como antídoto para a solidão e a ansiedade. Há ainda enorme desinformação sobre o que agride a saúde cardiovascular, o que coloca 21 milhões de brasileiras sob a ameaça de infartar.

1. Tudo em nós é diferente

As artérias femininas são 15% mais estreitas e estão mais sujeitas aos fatores de risco relacionados a entupimentos. “Uma vez lesionadas, as veias suportam menos a agressividade de um infarto e logo se rompem”, diz o cardiologista Leopoldo Piegas, do Hospital do Coração de São Paulo.

Quando a dieta é rica em gorduras saturadas, as consequências são piores para elas. No homem, as placas adiposas acabam inflando a veia e demoram a obstruí-la. Nas mulheres, a ação é a de fechar rapidamente. Isso faz os médicos acreditarem que, após um infarto, mulheres têm risco mais elevado de morrer que os homens.

Também por causa das artérias finas e tortuosas, elas estão mais propensas à hipertensão. De novo em desvantagem: o risco de desenvolver cardiopatias aumenta cinco vezes na mulher que tem pressão alta em comparação à não hipertensa. No homem, duas vezes.

2. Diabetes, menopausa, obesidade

A maioria das pesquisadas não tem consciência de que o excesso de glicose no sangue é implacável sobre as artérias delgadas das mulheres. Apenas 18% veem na doença um fator de risco, sem saber que quatro em dez diabéticas morrem de males do coração. Entre os homens são três óbitos.

Já a obesidade figura entre as preocupações de 80%. Mas é raro associar a medida da cintura às complicações. Nessa região, as estruturas celulares adiposas se multiplicam rapidamente – e essas células interferem nos processos inflamatórios e de resistência à insulina. Quanto maior a quantidade delas, mais desprotegido o coração.

“É papel do médico deixar claro que lipoaspiração não reduz o risco de infarto”, explica Otavio Gebara, livre-docente em cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. “Precisamos disseminar a cultura de medir a cintura (que deve ter em torno de 80 centímetros) e, dependendo do caso, dar mais valor a ela do que ao número da balança.”

3. O peso das emoções

O médico Álvaro Avezum, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, costuma dizer que dívidas, desemprego, separação e morte de familiares fazem parte da vida, mas, como são situações traumáticas, causam impacto na saúde. “Somadas ao stress diário, podem acabar em depressão”, avisa.

A psicóloga Heloisa Galan, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), estabeleceu a relação entre depressão e infarto ao analisar os sentimentos de dez enfartadas entre 37 e 60 anos. Todas se sentiam desvalorizadas. Algumas haviam sido traídas pelo parceiro ou acumulavam questões emocionais mal resolvidas.

4. Hábitos e mais equívocos

Sobre comidas: 25% almoçam na rua e 8% pulam refeições. Do total, 91% sabem (embora possam abusar) que alimentos industrializados são prejudiciais por causa do excesso de gordura e sal – isso aumenta o volume de sangue e eleva a pressão, o que passa a comprimir as veias. Depois, vêm refrigerantes, apontados como danosos por 81%; doces, por 80%; e carne vermelha, por 74%. O café está na rotina de 84% e o hábito é saudável: a bebida tem poder antioxidante, combate os radicais livres e, assim, preserva as estruturas arteriais. Já 37% condenam o ovo sem saber que ele carrega gordura monoinsaturada, capaz de blindar o coração. A falta de pique para a academia ou qualquer modalidade de ginástica é assumida por 67%. “O exercício associado à reeducação alimentar é a maneira mais eficaz de reverter os marcadores negativos”, diz Gebara. Junte-se à dupla o cuidado com o equilíbrio emocional e tudo ficará perfeito. Os especialistas recomendam às mulheres dar aos problemas as devidas dimensões, culpar-se menos e ser um pouco egoísta de vez em quando.

2018-05-16T03:17:17+00:00 15 de maio de 2016|Saúde|

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